terça-feira, 16 de junho de 2009

O centauro (2º)


Meio homem meio cavalo.

Livre, selvagem, mas também manso e reflexivo.Não mais temo nada... pois aprendi com amor e a dor as coisas do mundo.Por tanto tempo lancei flechas em pontos errados, mas elas não foram desperdiçadas, tinham um propósito, elas me ensinaram a atirar no lugar certo.

Corri tanto... galopei milhas sem saber para onde ia, para parar aqui, olhar as estrelas e o céu neste lugar, com e sem você.Fui até o mar e senti as águas batendo nos cascos e aguçando meus olhos quando vi meu reflexo...

Vi um raio caindo e gerar o fogo, ele dançou pra mim e esquentou a minha alma...Subi até montanhas muito altas para ouvir o vento falar, e ele me disse que era forte para agüentar as adversidades do mundo, e soprou em um gesto de caricia em meus cabelos...

E por fim deitei no campo, e senti o pulsar da terra, e compreendi que fazia parte de tudo, descobri que sempre existi e sempre existirei, sob outras formas.

E uma estrela rasgou o céu e caiu no meu coração, ela o endureceu e o fez amadurecer, e quando foi a hora foi embora, mas deixou a sua marca que agora é parte de mim.Não houve dor, houve amor.

E é isso que me alimenta, me move e me dá sentido... o amor pela estrela que era uma parte perdida de mim.

Agora sou um centauro... talvez agora seja manso, claro e tenha entendido que sem amor não se vive.


E esse amor começa consigo próprio.

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