Depois de ter chegado de uma festa ultra-mega “alternative”, na manhã ensolarada (porém gélida) do dia 03 desse nosso mês, lavei o rosto, fui até a cozinha, e me dirigi até a padaria da rua de cima da minha casa para comprar pão. Ao descer a rua, eu senti como um toque de um anjo tocar-me a face, o calor aconchegante do Sol, a brisa fresca e fria passava pelos meus cabelos e eu os sentia batendo atrás de minha cabeça levemente (a mesma sensação que se tem quando está a galope), as sombras das casas alternando-se com o os raios dos sol nascente ao passar dos meus pés, escondendo-se e aparecendo, ao fundo ouvi o canto vindo da bela igreja católica perto de minha casa. E nesse minuto eu estava em paz, bem, e principalmente me sentia vivo! Tudo estava desperto, o tato por todo o meu corpo, a audição aguçada, o paladar apurado, olfato seletivo e visão ampla... Eu estava vivo!
Sim eu estou bem vivo agora também, não estou ditando essa mensagem espiritualmente para que algum médium psicografe (eu juro estou encarnado!), tanto que estou sentindo uma leve ardência na língua por causa do chá que acabo de dar um gole (é de camomila, caso alguém queira saber e com pouco açúcar), e como é maravilhoso sentir essa sensação. Sentir... sentir é uma capacidade daqueles que vivem, vivem intensamente tudo o que rodeia sua existência. São despertos e sinestésicos.
Muitas pessoas perguntam sempre, e eu também: “_Por que vivemos?” E isso acaba sendo um grande motivo para a existência das religiões (As crises existenciais são o combustível para o surgimento das religiões). E a pergunta persiste... por que vivemos?
Cada um encontra seu próprio ponto de vista para tal, uns vivem por dinheiro, fama, reconhecimento, perpetuação da espécie, continuam por que não tem coragem de jogarem-se na frente de um caminhão em movimento, por que tem objetivos incontáveis, por que Deus quis assim, por que seus parelhos estão ligados, por que estão assim e pronto e etc... Sempre achei que vivia por um propósito. Construir uma grande carreira, ter estabilidade financeira, emocional e tudo e tals, mas parece que eu tinha negligenciado um dos motivos para que vivemos.
Afinal a partir do momento de nossa concepção somos ligados diretamente a nossos progenitores, depois quando estreiamos para o mundo somos rodeados de outros seres, pessoas, animais, objetos inanimados. Aonde quero chegar com isso? Oras, é tão obvio que não reparamos o que está na nossa frente, nos lados, atrás, em cima, em baixo. Vivemos também para conhecer. Descobrir. Sentir. E é claro... conseqüentemente essas coisas nos fazem viver, percrustar o mundo do qual pertencemos.
Se bem ou mal é você quem decide, e será um conceito único e intransferível, afinal não podemos colocar nossos “oculu” em ninguém, a minha “Anima mundi” é diferente da tua, de alguns se aproximam mais outros menos mais nunca iguais. E a diversidade se alimenta disso. Torna as pessoas diferentes, interessantes, monstruosas e benditas. Dignas para serem observadas e provadas, e assim serem aceitas ou ejetadas de nossa convivência.
Cada universo particular é interessantíssimo. Todos temos segredos, verdades, mentiras, historias e infinidades de qualidades e suas sombras (os que dizem serem os defeitos, mas gosto de chamá-los de peculiaridades, ou carinhosamente de características individuais compartilhadas contra o gosto dos demais presentes) e essa junção de pensamentos e fluidos corporais fazem a máquina humana ser perfeita. Um espécime raro, tão raro e fascinante que como diria Lord Henry Watton falando sobre os segredos da vida: _”Sabe mais do que pensa que sabe; exatamente como sabe menos do que desejaria saber. / Falar-lhe era tanger as cordas de um delicado violino... respondia a todo toque e vibração do arco”.
Todos somos suscetíveis as ações reações que surgem, e conforme absorvemos essas ações respondemos em reações por que estamos passando por isso.
Tenho plena certeza que estou consciente que vivo sobre as inexoráveis “Leis das sensações” e acordado para esta minha realidade tudo tem seu gosto característico e especifico, nada é igual e tudo é novo. Divertindo-me comigo mesmo, lutando por causas minhas, amando a mim mesmo, repudiando a mim próprio, sentindo cada vez mais curiosidade em testar os meus limites, abrindo minha mente... e juntando tudo: vivendo.
Viva você também... e descubra as maravilhas que existem quando você abre a porta de si e entra contudo para dentro vendo tudo o que acontece do lado de fora bem atento e desperto.
E caso você queira contar para mim, adorarei saber... só vai aumentar a minha vontade de conhecer pessoas, coisas, seres ainda mais.
Escrito em 03 de Maio de 2000 in Love, postado em 04/05 (do mesmo ano) as 19:46 Pm
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